O Pelotão da Polícia Militar Florestal, em Foz do Iguaçu, tem apenas 27 soldados para monitorar o Paque Nacional do Iguaçu, que compreende uma área equivalente a 171 mil campos de futebol. Para o Ibama (Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis), o ideal seriam 60 homens para garantir a preservação da flora e da fauna e, inclusive, eliminar a possibilidade de caça de espécies em extinção, como a onça-pintada.
O número de soldados é inferior, inclusive, ao registrado em abril de 1995, quando a pelotão tinha 43 homens encarregados de policiar os 185.265 hectares do parque. O efetivo precisa ser dobrado, mas o processo de contratação de novos policiais está em trâmite na Secretaria de Segurança Pública do Paraná, em Curitiba, desde 2000.
Limitados numericamente, os policiais têm dificuldades para fiscalizar as chamadas zonas críticas, localizadas nas várias cidades das regiões Oeste e Sudoeste que fazem limite com a reserva (Foz, Santa Terezinha de Itaipu, São Miguel do Iguaçu, Serranópolis, Matelândia, Céu Azul, Santa Tereza do Oeste, Lindoeste, Santa Lúcia, Capitão Leônidas Marques e Capanema), onde é mais comum a ação dos caçadores e fazendeiros. Para deslocar-se à Capanema, por exemplo, uma equipe demora em média uma semana de incursão pela mata.
Os 27 soldados precisam, ainda, intercalar o policiamento da floresta com os serviços administrativos do escritório, a supervisão do trecho da BR-469 entre o portão do parque as Cataratas do Iguaçu, além de fiscalizar locais fora da reserva, como os rios Paraná e Iguaçu e o Lago de Itaipu.
O tenente da Polícia Florestal em Foz, Renato Marchetti, diz que a atribuição "é difícil," mas destaca os resultados obtidos pela corporação no ano passado ). "São caçadores em potencial, que podem estar na mata para caçar uma cotia. Mas se uma onça-pintada passar pela frente, eles não vão hesitar em atirar," afirma o tenente, lembrando que o último infrator flagrado com onça-pintada foi pego em 1999.
A Lei dos Crimes Ambientais - Lei 9.605/98 - prevê pena de seis meses a um ano de reclusão para quem matar, perseguir, caçar, apanhar espécimes da fauna silvestre sem a devida permissão. A pena é maior se a espécie estiver ameaçada de extinção. Além da detenção, o infrator recebe multa de R$ 3.000,00 por cada felino predador abatido. Entrar na mata com equipamentos de caça também é crime, com pena de seis meses a um ano e multa de R$ 1.000,00.
Apesar das dificuldades, em 2000 a Polícia Florestal prendeu 129 pessoas acusadas de crimes contra a flora, fauna e pesca, o que resultou em multas de cerca de R$ 360 mil. Também apreendeu 267,9 quilos de peixes, 318 aves, 1.079 outros animais, 2.919 palmitos in natura e 3.655 vidros de palmito. Já na esfera federal, foram apreendidas no ano passado 20 espingardas somente na área do Parque Nacional do Iguaçu.
PROJETOS:
A Associação para a Conservação dos Carnívoros Neotropicais tem oito projetos em andamento nos seguintes locais:
- Projeto Carnívoros do Iguaçu (PR)
- Projeto Ecologia e Conservação dos Carnívoros no Parque Nacional das Emas (GO)
- Anta, Queixada, Caitetu no Parque Nacional das Emas: ecologia, conservação e impactos sobre produções agrícolas em fazendas vizinhas
- Estudo do impacto da formação do reservatório da Usina Hidrelétrica Engenheiro Sérgio Motta (Porto Primavera) sobre os grandes felinos (SP/MS)
- Desenvolvimento de tecnologia de reprodução assistida aplicada à conservação de onças-pintadas
- Distribuição e conservação de carnívoros no Rio Grande do Sul
- Impacto das atividades antrópicas sobre a diversidade de mamíferos no Cerrado
- Estudo sobre a conservação do cachorro-do-mato-de-orelha-curta (Atelocynus microtis)
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